terça-feira, 7 de junho de 2011

O fim do DVR ... um Mito !!!

Houve um tempo em que a tecnologia de CFTV era totalmente analógica e, de longe,
tratada ou conhecida pelo mundo de TI. No início da década de 90 teve início o
processo de digitalização do processamento de imagens com a chegada dos chamados
“vídeo servers” ao mercado e logo a seguir os primeiros DVR´s. Alguns com maior
eficiência, outros , nem tanto, foram pioneiros na criação de sistemas IP e começaram
a surgir os NET-DVR. O fato é que as imagens analógicas que chegam a estes
equipamentos são digitalizadas, tratadas, gravadas  e transmitidas na rede/internet e
isto gerou a primeira geração de sistemas IP. Esta  geração de sistemas IP é um
modelo fortemente centralizado no DVR com grande economia de banda e recursos de
rede. Por outro lado, sofre com a estrutura necessária para levar as imagens das
câmeras analógicas até o DVR e não dispõe dos recursos e possibilidades que a
tecnologia IP nas câmeras pode oferecer.

Com a grande evolução das redes e da tecnologia de câmeras, criou-se a câmera IP,
responsável agora por concluir o processo de digitalização que era a parte da câmera
até o DVR ou NET-DVR.


A câmera IP, embora de tecnologia recente, é capaz de processar imagens com muito
mais eficiência e qualidade, garantindo a sua transmissão sem perdas de qualidade (é
digital), alimentação pela própria rede (PPPoE),  gravação de imagens em flash card na
própria câmera e, mais recentemente, incorporando inteligência como VCA ( “vídeo
content analysis“ ), também na própria câmera. A nova geração de câmeras megapixel
traz uma grande evolução na qualidade e tratamento  das imagens, em níveis e
padrões nunca obtidos por uma câmera analógica.

Lógico que toda esta mudança requer outros recursos e uma profunda análise de
custo/benefício antes de embarcar na onda. Infelizmente no Brasil banda é um sério
problema e por muitos anos ainda teremos altos custos e sérias restrições de banda.
Uma câmera IP consome muita banda, algo em torno de 1 ou 2  Mbps por câmera
enquanto que com alguns DVR consegue-se a proeza de transmitir uma imagem de
320X240 com 3 fps e consumindo apenas 30/50Kbps. Lógico que a qualidade de
imagem alcançada pela câmera IP pode ser muito superior, porém, considerando-se o
custo e a natureza da necessidade, muitas vezes não se justifica tamanho
investimento.

Apenas como exemplo de restrições impostas ao mercado brasileiro, mesmo a
tecnologia 3G que vende 2 Mbps, trata-se de  velocidade de download apenas e a
velocidade de upload não passa de 200kbps, sendo na maioria das localidades
brasileiras de 30 a 50kbps.

Ao mesmo tempo em que as câmeras IP incorporam novas tecnologia de VCA, surge
uma nova geração de softwares cognitivos que possuem a capacidade de aprender e
passar a identificar sozinhos cenas suspeitas, movimentos que se desviam do padrão e
assim por diante. Estes sistemas vão muito além do simples VCA que apenas analisa
imagens e alarma com base em parâmetros pré-estabelecidos. Eles analisam imagens
e gravam a predominância de movimentos e cenários, identificando os acontecimentos
que fugirem ao padrão que eles mesmo aprenderam. Este tipo de análise requer
grande capacidade de processamento e, certamente, nunca estará incorporado a uma
simples câmera IP. Assim como nos mainframes e pc´s, primeiramente houve uma
descentralização do processamento, depois um retorno a centralização, e agora um
novo modelo, misto dos dois anteriores, tudo indica que o mesmo acontecerá com os

DVR´s e câmeras IP. Há grandes chances de acontecer o mesmo com os DVR ou NVR.
Obs.: Insistimos aqui no termo DVR, pois são produtos desenhados para um fim
específico, não utilizam Windows, muitos gravam no HD apenas as imagens e assim
são muito mais estáveis e seguros para um ambiente de segurança. Enquanto os NVR
utilizarem-se de computadores Windows para criar o seu modelo, cremos que poderão
haver sérias falhas e, para supri-las, isto é, aumentar o nível de qualidade e segurança,
o recurso consumirá muito dinheiro.


Para falar em fim de vida para os DVR, devemos considerar que o número de câmeras
analógicas no mundo beira a 50 milhões de unidades e estas certamente vão perdurar
por muitos anos. Sem contar que muitos milhares de câmeras analógicas continuam e
vão continuar sendo comercializadas e instaladas por muitos anos. Não se sabe
quanto.

Assim como o mainframe foi reinventado, o fax foi repaginado, a tecnologia atual de
CFTV também o será. Alguns equívocos vão se esclarecer ao longo dos anos, o
aprendizado virá e a onda vai passar quando o público consumidor aprender a
identificar com clareza qual a melhor tecnologia para cada situação ou necessidade.
Assim como existem vários meios de transporte e estes podem ser bicicleta,
motocicleta, automóvel, caminhão, trem ou avião, ideal apenas nos fins a que se
destina,  o mesmo acontece no mundo da tecnologia.  Muitos poderão ter a sua
necessidade totalmente atendida com o simples uso de um cavalo, mesmo nos dias de
hoje. Estará cometendo um grande equívoco aquele que comprar uma motocicleta por
ser esta mais barata e mais flexível se a sua finalidade também incluir o passeio nos
finais de semana com a esposa e os filhos.


Assim, no caso do CFTV, as câmeras IP são realmente necessárias para todo mundo?
Em que momento? No atual?  Quanto custará isto ao cliente? Experimente instalar 16
câmeras IP em cada loja ou agência de uma  grande rede de lojas ou rede bancária e
centralizar o monitoramento. Mesmo que por evento, qual o link necessário para ver as
imagens de 16 câmeras? Quanto isto vai custar? E se o link cair? Há um link back up
por 3G em cada câmera? Há gravação local e remota? Quanto custa? Quanto custará a
solução total? Agora, se instalarmos um DVR híbrido em cada loja ou agência, temos
um novo mix e as suas vantagens e desvantagens devem ser cuidadosamente
analisadas.

Enfim, as decisões precisam ser feitas com os pés no chão, consciência e maturidade.
Para quem gosta de tecnologia, é irresistível testar a nova versão do Windows, seus
recursos e avanços tecnológicos. Agora, tomar a decisão de substituir todos os
“clients” da sua empresa só porque você quer estar  “up to date” é um grande erro.
Existem muitas empresas em melhor situação com Windows XP que aquelas que
migraram para o Windows Vista assim que ele surgiu. Concorda?

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